UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO SUDOESTE DA BAHIA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS PROGRAMA
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS E EDUCAÇÃO
EDNEY SOUZA DE
OLIVEIRA
Os desafios e as perspectivas do uso das
tecnologias como recursos pedagógicos na Escola Centro Educacional Cecília
Meireles situada na cidade de Valente - BA
Feira
de Santana
2012
EDNEY SOUZA DE
OLIVEIRA
Os desafios e as perspectivas do uso das
tecnologias como recursos pedagógicos na Escola Centro Educacional Cecília
Meireles situada na cidade de Valente - BA
Monografia
apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Título de Pós-Graduação
do Curso de Especialização de Mídias em Educação da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia.
Orientador: Robson
Aldrin Lima Mattos
Feira
de Santana
2012
A
Deus, por ter me dado forças para enfrentar
as dificuldades.
Terezinha e Lino, pais maravilhosos, por terem
me incentivado a estudar.
Islâne e Franciele filhas queridas, porque
sempre estiveram ao meu lado dando-me forças para continuar aprendendo e a
Rubem esposo amado por ter compreendido às horas que precisei me ausentar para
aprimorar meus conhecimentos.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Robson Aldrin Lima Mattos pela
paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta
monografia.
O Professor Danillo pelo convívio, pelo
apoio, pela orientação, compreensão e pela amizade.
A todos os colegas do curso que foram tão
importantes no aprimoramento dos meus conhecimentos.
À minha família agradeço o apoio,
o afeto, o reconhecimento e a compreensão por tantos momentos de ausência.
RESUMO
Esta pesquisa é qualitativa,
pois para Chizzotti (1998) a mesma aborda parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, um vínculo indissociável entre
o mundo objetivo e a subjetividade. O estudo foi profundo, exaustivo e
detalhado, para que fosse possível obter o maior número de informações sobre o
tema estudado, ou seja, é um Estudo de Caso. Teve como objetivos identificar e
analisar os fatores que impossibilitam o uso das tecnologias como ferramentas
pedagógicas na sala de aula e investigar as mudanças curriculares que garantam
a efetividade das tecnologias na escola em prol do ensino-aprendizagem. Para
realização deste trabalho, foi feito pesquisas em livros, revistas e internet,
sendo que todas as informações registradas foram examinadas. Além disso, foi
feita uma pesquisa de campo na Escola centro Educacional Cecília Meireles onde
foram entrevistos gestores, professores e alunos do Ensino Fundamental II. Os
resultados obtidos deixaram explícito que apesar dos educadores e alunos
saberem que as tecnologias são importantes para o aperfeiçoamento do
ensino-aprendizagem, ainda é necessário que os professores sejam capacitados
para trabalharem na sala de aula com as tecnologias de forma significativa e
ajudarem seus alunos a serem pesquisadores críticos. Também ficou claro que a
Proposta Pedagógica da instituição escolar não tem ações que viabilizem um
ensino com as TICs elaboradas na coletividade e, além disso, os investimentos
feitos no setor educacional pela esfera governamental e das qualidades
inerentes ao computador, a disseminação do seu uso na escola está muito aquém
da esperada e a quantidade de máquinas insuficiente para um bom trabalho
pedagógico.
Palavras - chave: Mídia na Educação, Ações Pedagógicas,
Currículo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
-----------------------------------------------------------------------------------------
1. AS
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES ------------------------
1.1 Um breve histórico da
tecnologia no contexto escolar brasileiro-----------------------
1.2 O
uso didático da televisão e do vídeo--------------------------------------------------------
1.3 Possibilidades
da internet ------------------------------------------------------------------------
2. TECNOLOGIA
E EDUCAÇÃO: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL---------------------------
2.1 As
tecnologias e os desafios da ação docente-----------------------------------------------
2.2 As
tecnologias e o currículo educacional -----------------------------------------------------
2.3 Um
novo olhar pedagógico e a democratização do acesso ao conhecimento-----
3. O USO
DAS TECNOLOGIAS NO CONTEXTO DA ESCOLA CENTRO EDUCACIONAL CECÍLIA MEIRELES EM
VALENTE – BA--------------------------------
3.1- O uso das tecnologias na visão dos docentes da Escola Centro
Educacional Cecília Meireles em Valente – BA------------------------------------------------------------------
3.2 O uso das tecnologias na visão da gestão da Escola Centro
Educacional Cecília--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3.3 O uso das
tecnologias na visão dos discentes da Escola Centro Educacional Cecília
Meireles em Valente – BA--------------------------------------------------------------------
CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------------------------------------
REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------------------------
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como tema:
os desafios e as perspectivas do uso das tecnologias como recursos pedagógicos
na sala de aula, esta temática foi escolhida porque ainda é notório que
utilizar os meios tecnológicos em prol de uma educação de qualidade é ainda
desafiador e requer das escolas, preparação metodológica, aperfeiçoamento de
posturas necessárias à provocação, acompanhamento do processo educativo e
exige, também, a reorganização do currículo e das práticas do trabalho. Além
disso, abordamos este tema porque pudemos perceber que apesar do MEC enviar
ferramentas tecnológicas para as escolas, falta à capacitação para os
professores trabalharem adequadamente com as TICs e o alunado usam estes meios
de comunicação para passar o tempo sem aprimorar seus conhecimentos e, além disso,
alguns educadores não sabem manusear estas máquinas e por falta de experiências
e dedicação os recursos tecnológicos, entre eles os computadores ficam
desligados em cima das mesas como se fossem enfeites ou os educandos fazem uso
dos mesmos sem nenhum objetivo específico.
Sabe-se que o avanço
tecnológico impõe mudanças na organização do ensino e por isso o educador
necessita se informar sobre como utilizar as tecnologias na área pedagógica,
pois, estas ferramentas interagem na forma de adquirir conhecimentos e de
pensar, agir, sentir, relacionar e ser dos cidadãos exigindo uma nova cultura e
um novo modelo social.
Vale salientar que usar as
tecnologias como punho educacional ainda é um grande problema, requer que o
professor tenha novas competências e atitudes, exigi que a escola formem
pessoas capazes de lidar com o avanço tecnológico colocando o aprendiz em contato
com o mundo informatizado. Para tanto é imprescindível que os docentes
incorporem à sua prática diária essas ferramentas, visando ao favorecimento da
aprendizagem necessária à atuação ao mundo atual (BELONI, 2001).
Esta nova perspectiva na
área educacional passa pelo rompimento de velhos paradigmas e pela aceitação e
incorporação de um novo modelo de educação onde o professor precisa mudar
algumas posturas que sinalizam crenças conservadoras e tradicionalistas. Para
tanto, é preciso entender e achar respostas para as seguintes questões: Que
fatores contribuem para o uso inadequado das tecnologias na educação? Quais os
desafios que o educador precisa enfrentar para atuar pedagogicamente com as
novas tecnologias na escola? Quais as mudanças necessárias deve haver no
currículo educacional para inserir as tecnologias como ferramentas efetivas do
processo ensino-aprendizagem?
Diante da problemática
citada nesta pesquisa, emergiu o objetivo geral analisar os fatores que
impossibilitam o uso das tecnologias como ferramentas pedagógicas e os
objetivos específicos que foram: investigar os fatores que contribuem para o
uso inadequado das tecnologias na sala de aula e estudar as mudanças
curriculares que garantam a efetividade das tecnologias na escola em prol do
ensino-aprendizagem.
Para conseguir estas metas foi
preciso realizar pesquisas aberta na instituição Escolar Centro Educacional
Cecília Meireles e optarmos por uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso
porque este tipo de pesquisa não parte de um esquema fechado, pois “ dá
abertura para a realidade tentando
captá-la como ela é realmente, e não como gostaria que fosse”. O pesquisador do
estudo de caso descreve tudo o que circunda o elemento ou unidade, porque todos
os detalhes interessam, na medida em que representam uma parte de um todo. Da
mesma maneira, a pesquisa qualitativa, não pode ser abraçada de forma cega e
sem conhecimento de causa( LÜDKE E ANDRÉ, 1986).
Os instrumentos utilizados
foram: entrevistas por meio de questionário, sendo no total cinco perguntas para
os professores e gestores e três para os alunos do ensino fundamental I e II,
concebida a partir da observação do trabalho realizado com as TICs pelos
docentes e discentes. A escolha dos entrevistados foi baseado na
disponibilidade e interesse em participar deste trabalho de pesquisa.
Este trabalho foi
fundamentado em vários autores, entretanto os mais estudados foram MORAN (1995),
LIBÂNEO (2003), ALMEIDA (2005), LEVY ( 1999) dentre outros
. E para ser mais fácil de entender os fatores pesquisados, de forma
eficaz, o mesmo foi dividido em três capítulos.
O primeiro fala sobre as
tecnologias e a educação fazendo um breve relato histórico das TICs e apresenta
algumas sugestões de como a instituição escolar utilizar diversas ferramentas
tecnológicas em prol de uma aprendizagem eficaz.
O segundo capítulo apresenta
as
tecnologias e os desafios da ação docente frisando os desafios que o educador
precisa vencer para incorporar na suas aulas o uso das tecnologias como recurso
didático de forma criativa levando os alunos a buscarem informações, nos meios tecnológicos, nos lugares adequados e saberem o
que e como devem utilizar estas informações. Além disso, também mostra alguns fatores
que precisam ser modificados no currículo escolar para que os usos das TICs
sejam realmente significativos na área educacional.
No
terceiro capítulo apresentamos as
considerações parciais da pesquisa feitas com os educadores e discentes da
escola Educacional Cecília Meireles e as respostas do questionário feito
durante a investigação.
1.
As
tecnologias na educação e suas implicações
É
notória que a integração entre educação, tecnologia e sociedade é uma questão
que se coloca a todos aqueles que discutem a história da educação, por isso, este capítulo
apresenta os avanços das tecnologias no decorrer da história e faz um breve
relato de como essas ferramentas contribuem com o processo de ensino
aprendizagem.
1.1 Um breve histórico da
tecnologia no contexto escolar brasileiro
A tecnologia e a educação caminham a passos largos
com o desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento da fotografia, do cinema
e dos recursos de comunicação. A invenção do telégrafo, do telefone, do rádio e
da televisão, revolucionou a história do homem e da educação. Mais tarde, a eletrônica,
o fax, os computadores e a criação de redes de comunicação à distância como a
internet, trouxeram novos avanços ao desenvolvimento da sociedade ( LEVY, 1993)
No Brasil, a aplicação da tecnologia à educação
teve avanço nas décadas de 60 e 70 do século XX, com o advento das máquinas de
ensinar – retroprojetor, projetor de slides, microscópios e outra – reforçada
pela política tecnicista que sustentava as decisões do meio educacional. Porém,
o avanço maior ocorreu na década de 90 do século XX, com a adoção da televisão
e do vídeo na escola pública. Assim sendo, do uso restrito do livro didático,
passou-se a utilizar as ferramentas tecnológicas, em algumas instituições
escolares, integrando a mídia em dois níveis: como recurso de ensino e como objeto
de estudo (LIBÂNIO, 1999).
Como recurso de ensino, o professor pode envolver
trechos de propagandas, filmes, telenovelas, desenhos animados, telejornais ou
qualquer outro programa televisivo como auxílio para discussão de assuntos com
temas atuais e polêmicos como sexualidade, violência, drogas, meio ambiente,
ética, entre outros ( SAMPAIO, 1999).
Como objeto de estudo, utiliza os assuntos da mídia
nas aulas, destacando sua influência, o incentivo à violência, o papel na
formação do ser humano, entre outros temas. A partir daquilo que a mídia
apresenta, o professor precisa planejar e desenvolver sua aula, integrando o
conteúdo à vida do aluno tendo como foco o ensino-aprendizagem ( LEVY, 1993).
É preciso salientar que, considerando a mutação das
terminologias ao longo do tempo, bem como a amplitude que elas abarcam nos dias
atuais, comumente é usado o termo "mídias", no plural, pois como bem
destaca Santaella: [...] "O termo mídias no plural visa pôr em relevo os
traços diferenciais de cada mídia, para caracterizar a cultura que nasce nos
trânsitos, intercâmbios e misturas entre os diferentes meios de
comunicação" (1992, p. 138). Assim, a palavra mídias foi adotada e
redimensionada nas sucessivas décadas do século XX, com o intuito de ampliar e
tornar flexível o conceito.
Enfocando as transformações
ocorridas na mídia, na medida em que as mesmas se adequavam às novas realidades
da era da informação, Dizard (1998) opta por adotar a nomenclatura mídia antiga e nova
mídia
enquanto as formas de interação e de fusão entre elas estão
se configurando.
Para o educador utilizar as
mídias com o objetivo de aprimorar o Ensino-Aprendizagem dos discentes ele
precisa se preocupar, não só com as mudanças tecnológicas e comportamentais,
que ocorrem em velocidades cada vez maiores dentro do ensino, como também, com
o seu próprio desempenho e do aluno neste processo. É, portanto, um desafio
para quem deseja construir aprendizagens e estratégias educacionais, levando-se
em conta essa evolução pela qual trafegam mestre e aluno.
O processo de reconstrução
da prática não é simples. Para isto, é necessário propiciar ao professor uma
vivência de aprendizagem, em que possa refletir de várias maneiras sobre a
própria prática, compartilhando suas experiências, leituras e reflexões com
outros educadores para que ele não desenvolva na sala de aula a concepção
tradicionalista em alguns momentos e em outros utilizem os recursos
tecnológicos como um apêndice da aula.
Até mesmo para
utilizar como recurso pedagógico o rádio, apesar de relativamente antigo,
comparado com os mais novos meios de comunicação, como a televisão, a internet,
o celular, dentre outros, os professores ainda sentem dificuldades e a prova
disso, é que o mesmo ainda não tem sido devidamente difundido na rede de
educação básica ( GONÇALVES, 2007).
No entanto,
esta ferramenta representa um instrumento rico em possibilidades pedagógicas e
de grande abrangência, atingindo todas as camadas da população. Aprender a
utilizar o rádio como elemento integrado ao cotidiano escolar e a outras mídias
ainda é um desafio, por isso, Secretaria de Educação a Distância do MEC mantém
um programa especial, denominado “Rádio Escola”, incentivando os educadores do
país a inserirem a linguagem radiofônica em suas práticas educativas ( MORAN,
1995).
A utilização do rádio na
instituição escolar poderá ajudar os discentes a liberar a imaginação e
encontrar novas formas de desenvolver trabalhos escolares, valorizar a
oralidade e possibilitar o uso e desenvolvimento da criatividade. Além disso, poderão,
a partir do rádio, criar projetos de integração de mídias, especialmente pelo
uso do computador, tanto no processo de produção quanto no de divulgação de
seus programas radiofônicos (BARBOSA,2007)
É notório a necessidade da
utilização das tecnologias na escola e esta nova visão da educação requer do
professor que ele saiba como usar pedagogicamente as mídias no interior da sala
de aula. É preciso conhecer essas ferramentas e saber que uma precisa da outra
como, por exemplo, os canais de TV e o vídeo. São de Moran (1995, p.1) os
dizeres: [...] “o vídeo está umbilicalmente ligado à televisão”. Seja por
razões econômicas e mercadológicas, como ressalta Pretto, seja pela própria
natureza desses meios de comunicação. Sendo assim, seu uso sem esta é
praticamente impossível.
1.2 O
uso didático da televisão e do vídeo
É preciso frisar que o uso
didático da televisão e do vídeo em sala de aula teve a sua raiz no cinema.
Pouco tempo após a sua invenção, filmes cinematográficos educativos começaram a
ser usados nas salas de aulas e são grande variedades de programas que podem
ser aproveitados na escola. Entretanto é preciso o professor estar criticamente
atento a todo e qualquer conteúdo veiculado pelos meios de comunicação de massa.
Formas inadequadas na utilização destas ferramentas podem causar transtornos e
descaracterizar seu uso, comprometendo todo o trabalho do decente. Moran (1995,
p.21 [...] “aponta algumas formas inadequadas de uso: vídeo tapa-buraco,
enrolação, deslumbramento, perfeição, só vídeo”. Proposta correta de
utilização: sensibilização, ilustração, simulação, conteúdo de ensino e
dinâmicas de análise do vídeo em sala de aula – leitura em conjunto, leitura
globalizante, concentrada e funcional.
A nova escola deve,
portanto, ultrapassar o costume de utilizar a televisão e vídeo como mera instrumentalidade,
em que ficam reduzidas as possibilidades de sua utilização como verdadeiro
recurso didático-pedagógico. Para tanto, é preciso ter a televisão como fundamento e fazer
re-leituras de alguns programas em cada área do conhecimento, partindo da visão
que os alunos têm, e ajudá-los a avançar de forma suave, sem imposições nem
maniqueísmos.
Vale
salientar que a televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do
imediato, próximo, que toca todos os sentidos. Mexem com o corpo, com a pele,
as sensações e os sentimentos - nos tocam e "tocamos" os outros,
estão ao nosso alcance por meio dos recortes visuais, do close, do som estéreo
envolvente (MORAN, 1991). Sendo assim, os educadores precisam ter um olhar
crítico sobre os conteúdos vinculados na TV e orientarem os educandos em
relação às informações, dessa mídia, centralizada em um objetivo capitalista
onde os valores são maquiados prevalecendo uma verdade que interessa a classe
dominante.
Um
dos papéis fundamental da instituição escolar em relação aos meios de
comunicação de massa é formar cidadãos críticos, capazes de diagnosticar as
informações fazendo uma análise do que é positivo e negativo. Para os alunos
terem essa visão é imprescindível que o professor esteja criticamente atento a
todo e qualquer conteúdo veiculado pelos meios de comunicação de massa, porque
a Televisão detém um grande potencial de comunicação, que é outro lugar do
saber, e para fazer desse saber um conhecimento não alienado é necessário a
formação integral dos discentes (SILVA FILHO,2004).
A
participação passiva do espectador diante da televisão não favorece a análise
crítica das mensagens, porém é preciso o professor alertar os alunos sobre a
necessidade do “olhar crítico”. Atualmente houve uma melhora em relação a
passividade do telespectador com o surgimento da TV digital porque ela descritiva
todo o tipo de informação, transformando-a em simples e isso, faz com que o espectador possa
interferir diretamente na programação, entretanto é uma realidade para poucos
prevalecendo A TV analógica ( SANTOS, 2002).
Não podemos negar que, bem
usados, o vídeo e a televisão podem trazer uma grande contribuição de
aprendizagem aos discentes e docentes, mas não são os únicos recursos que
possibilitam a interatividade e envolvem os alunos, tocando a efetividade e a
emoção. O computador e suas possibilidades de uso também podem enriquecer o processo
de ensino e aprendizagem e principalmente se conectado a internet.
1.3 Possibilidades da internet
O computador surge como um
meio auxiliar alternativo de ensino, um recurso a mais para a diminuição das
carências, na visão de alguns educadores, porque trouxe uma série de novidades,
de fazer mais rápido, mais fácil. Entretanto o computador com o auxílio da
internet até hoje, continua sendo uma ferramenta de apoio para o professor e
aluno.
É notório que com a Internet
e a evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares
diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço
privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é a escola a organizadora e
certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem, por isso, a mesma
continua sendo desafiada em relação ao seu pedagógico no que diz respeito às
tecnologias, dentre elas a internet, pois mesmo estando mais fácil ao alcance
dos estudantes, o uso desta ferramenta, por muitos alunos, não passa de
entretenimento (CASTELLS, 2003).
Fica explícito que educar
nos dias de hoje é muito mais complexo porque a sociedade também é mais
complexa e exige habilidades diferentes para se trabalhar com a mídia. É
inegável a situação de muitas escolas brasileiras que não tem computadores
suficientes, instalações inadequadas e professores que trabalham até sessenta
horas para conseguir um salário suficiente para as suas necessidades.
Diante dessa situação
crítica, investir em formação continuada que possibilitem um maior
esclarecimento de como trabalhar pedagogicamente com a internet e investir um
pouco de tempo, de seu já escasso tempo, em aprender a lidar com o computador
tem influenciado um ensino fragmentado e sem objetividade na utilização da
internet na sala de aula.
Apesar da situação citada anteriormente, não
podemos negar que o computador exercer a sua função de permitir que os alunos pesquisem,
naveguem, conheçam outros lugares, conversam com pessoas de cidades ou países
diferentes, atualizam-se rápido e constantemente, recebem informações a todo
instante, acompanham fatos históricos e sociais no momento de seus
acontecimentos aprimorem seus conhecimentos.
Para Libâneo (2003,p. 64):
[...] “O computador
tem, ainda, em seu favor o fato de ter se tornado sinônimo de modernização, de
eficiência e de aumento da produtividade em um mundo cada vez mais competitivo
e globalizado, fazendo com que exista uma compreensão de que é imperioso
informatizar”.
São muitas as possibilidades
desta ferramenta na escola, podendo constituir-se como excelente recurso
didático, quando integrado à rede mundial de comunicação como a internet e com
um novo paradigma educacional.
Utilizando a internet os
professores podem ajudar o aluno incentivando-o "a saber" perguntar,
a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de
avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes fazer pesquisas enriquecendo
sua aprendizagem, e dessa forma eles podem deixar de dar respostas prontas, ou
aulas todas acabadas.
Uma das formas mais
interessantes de desenvolver pesquisa em grupo na Internet é o Webquest.
Trata-se de uma atividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de
informações que, dia a dia, cresce na Internet. Resolver uma Webquest
é um processo de aprendizagem atraente, porque envolve
pesquisa, leitura, interação, colaboração e criação de um novo produto a partir
do material e idéias obtidas (LACERDA, 2008).
É preciso ressaltar que a
Web 2.0 contribui com a nova fase de convergência e integração das mídias, pois
tem um grande potencial facilitando o desenvolvimento das ferramentas sendo
subsídios para uma nova maneira de pensar e aprender globalizada e integrada.
Entre os fenômenos interativos enquadrados nos princípios da Web 2.0 estão os
componentes da blogosfera (blogs, videologs, fotologs e audiologs), as
ferramentas open source (slashdot), wikis, podcasting e rádios on-line, metaverses,
o YouTube, sites de relacionamento, como Orkut, My Space e Facebook,
e as redes sociais ( CROTI,2003).
O
blog, quando usado de forma interativa, constrói-se enquanto espaço de
motivação em que o educando encontra, ao ver que suas produções e ideias são
lidas e valorizadas por outras pessoas além do educador, estimulo para
continuar envolvido no processo. Porém depende da criatividade, de professores
e alunos, para que esta ferramenta seja
de fato um espaço onde consolide o processo de ensino-aprendizagem (VALENTE,
1993).
Além da internet, podem-se utilizar na escola
alguns programas de computador como o Word, para produção e correção de textos,
e o Power Point para produção de slides e outros materiais de apoio. Também, os
softwares científicos, educativos de pesquisa ou jogos podem ser estendidos à
escola, com o objetivo de facilitar a aprendizagem, fixar ou introduzir novos
conteúdos e enriquecer metodologias (VIEIRA, 2006)
O docente pode criar jogos
didáticos utilizando o programa Jclic baseando-se em pré-formatos como
quebra-cabeças, jogos da memória, de completar palavras, de relacionar palavras
e figuras, e outros, inserindo seu próprio conteúdo. Além disso, é possível criar sequência de
atividades, com a possibilidade de configuração de ordem, tempo, contagem de
erros e geração de relatório.
Vale ressaltar que, apesar de ainda não serem
realidade em todas as escolas os recursos modernos, faz-se necessário criar
ambientes que incluam nova postura da escola, assim como novas atitudes
docentes, como a adoção de metodologias que permitam a participação ativa do
aluno no processo educativo, pois é visível o crescimento do uso das TICs e
imaginar a educação hoje sem utilizar as tecnologias é praticamente inviável.
O capítulo a seguir
apresenta os desafios que os professores precisam vencer a respeito da sua
prática pedagógica em relação ao uso das tecnológicas no contexto educacional.
Trata-se de um repensar conceitos e visões de mundo, na perspectiva de quebrar
velhos paradigmas para que se possa assumir o compromisso social de propiciar,
além da acessibilidade, condições plenas de participação dos discentes no mundo
das TICs e juntos, educador e discente,
precisam entender a relação entre tecnologia e conhecimento cognitivo para
além da simples troca unilateral de informações.
2.
Tecnologia
e Educação: uma relação possível
Neste capítulo
fala sobre os desafios, a formação e a prática pedagógica do professor na nova
visão de educação, apresentando a importância das tecnologias na sala de aula e
as necessidades de uma nova postura do educador para saber trabalhar com as TICs.
Mostra também que para o rompimento de velhos paradigmas os profissionais da
educação precisam reorganizar os seus trabalhos sendo mediadores do uso
tecnológicos diante dos seus alunos.
2.4 As
tecnologias e os desafios da ação docente
As
tecnologias e os desafios da ação docente é um tema que leva e repensar o
sistema educacional como um todo, sobretudo a prática do professor desenvolvida
no “chão” da sala de aula, pois, sabe-se que até hoje a educação caracteriza
uma prática pedagógica conservadora preocupada com a reprodução do conhecimento,
fragmentada e assentada na memorização. Sendo assim, a educação precisa de uma
pedagogia que seja capaz de atender às demandas e necessidades dos alunos
ajudando na sua formação tornando-os capazes de pensar por si próprio e de
produzir conhecimentos (VALENTE 1999).
A
velocidade com que se propaga a informação e o acesso a ela não garante a sua
conversão em conhecimento e por isso, a instituição escolar tem um grande
desafio frente a este novo contexto: orientar o aluno, a saber, utilizar essa
informação, de forma a internalizá-la para obter uma nova aprendizagem,
sobretudo, como fazer para que ele saiba aplicar este novo saber de forma
independente e responsável.
Parafraseando Almeida (2002) um dos grandes
desafios da educação atual é compreender as diferentes formas de representação
e comunicação propiciadas pelas tecnologias disponíveis na escola, buscando
dinâmicas que permitam estabelecer o diálogo entre as formas de linguagem das
mídias, e para isso ser possível é preciso educadores capacitados para atuar
pedagogicamente com essas ferramentas na escola.
Vale
relembrar, que antes a questão-chave era como ter acesso às informações, hoje
elas estão por toda parte, sendo transmitidas pelos diversos meios de
comunicação. A informação e o conhecimento não se encontram mais fechados no
âmbito da escola, mas foram democratizados. Sendo assim, é fundamental ainda
repensar na formação do professor e a necessidade da aquisição de novas
competências e habilidades para atuar na formação do cidadão capaz de aprender
a aprender como adverte Araújo (2005, p. 23-24):
[...] “O valor da tecnologia na educação é
derivado inteiramente da sua aplicação. Saber direcionar o uso da Internet na
sala de aula deve ser uma atividade de responsabilidade, pois exige que o
professor preze, dentre da perspectiva progressista, a construção do
conhecimento, de modo a contemplar o desenvolvimento de habilidades cognitivas
que instigam o aluno a refletir e compreender, conforme acessam, armazenam,
manipulam e analisam as informações que sodam na internet”.
Neste sentido fica explícito que a formação do
educador deve ser além do técnico e o docente precisa atender a um novo
paradigma educacional onde ele é o mediador das ações do aluno diante das
tecnologias para que o discente possa fazer uso das mídias para midiatizar a
elaboração dos seus trabalhos, porém adequar as novas tecnologias a educação é
uma tarefa que exige muita disciplina e um espírito de pesquisa por parte de
todos envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
Vale frisar que, a prática
pedagógica do professor, ainda pautada no tradicionalismo, constituída em dar
aula, transmitir informações, passar e corrigir exercícios e provas para os
alunos já não atende às necessidades da sociedade atual. No entanto, esta forma
de conceber o ensino, por meio da qual a maioria dos educadores foi preparada,
encontra-se arraigada na prática escolar mesmo com os avanços tecnológicos.
Entretanto, a proximidade com estes recursos é importante e eles devem configurar a
prática deste profissional, mas é necessário que seu fazer pedagógico seja
guiado por intenções de criar situações para que os alunos possam atribuir
significados às informações transformando-as em conhecimento.
Segundo
Valente ( 2002, p. 24):
[...] “A
aplicação da informação exige sua interpretação e seu processamento, o que
implica a atribuição de significados de modo que a informação passe a ter
sentido para aquele aprendiz. Assim, aprender significa apropriar-se da
informação segundo os conhecimentos que o aprendiz já possui e que estão sendo
continuamente construídos. Ensinar deixa de ser o ato de transmitir informação
e passa a ser o de criar ambientes de aprendizagem para que o aluno possa
interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua
interpretação para que consiga construir novos conhecimentos”
Nesta perspectiva, a criação de ambientes de
aprendizagem, com a presença das tecnologias, significa utilizá-las para a
representação, a articulação entre pensamentos e a realização de ações que
podem ser depuradas e reformuladas com vistas a novos patamares de
compreensão. Para isso, as interações entre
aluno e o educador são fundamentais para o processo de ensino - aprendizagem,
porque este processo faz o aluno perceber que pode ser ouvido, questionado e
também orientado para que o foco de suas vivências e análises possa
potencializar a construção de conhecimento.
Essa perspectiva pedagógica requer do professor uma
nova postura, o comprometimento e a vontade pela busca e pelo aprendizado
contínuo no sentido da reconstrução da própria prática pedagógica, voltada para
articulação das áreas de conhecimento e da tecnologia. Tal prática pedagógica é
uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o professor, as tecnologias
disponíveis, a escola e seu entorno e todas as interações que se estabelecem
nesse ambiente de aprendizagem (
LEITE,1999).
Mas é
preciso compreender que a mudança não é apenas de método, é de concepções e
paradigma, o que demanda um tempo muito maior para se concretizar, pois para
inserir na educação esta nova visão de ensino é preciso educadores maduros
intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que
saibam motivar e dialogar ( PIMENTEL, 1993).
Para Kenski, ( 1996, s/p):
[...] “a aprendizagem
pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do
racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir
de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades,
do criar e do refletir juntos.”
Evidencia-se assim, que a utilização da tecnologia
como recurso didático exige que o professor seja criativo, tenha consciência
das funções e dos componentes do processo ensino e aprendizagem, conheça as
característica e peculiaridades de cada recurso. Impõe, também, a superação dos
modelos tradicionais de ensino, incorporando inovação e novas formas de pensar.
Entretanto para que o educador tenha essa nova postura é fundamental propiciar
ao mesmo uma formação continuada em serviço, de forma que ele possa identificar
e analisar problemáticas envolvidas em sua atuação, bem como encontrar
alternativas para superá-las tendo como base os novos paradigmas e metodologias
que lhe permitam transformar o seu
fazer profissional.
Dessa forma,
o papel do professor no atual estágio da sociedade tecnológica, baseada nas
tecnologias da informação e comunicação é desafiador porque é necessário compreender as potencialidades inerentes a
cada tecnologia e suas contribuições ao ensinar e aprender , pois assim poderá
trazer avanços substanciais à mudança da escola, a qual se relaciona com um
processo de conscientização e transformação que vai além do domínio de
tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo natural e cultural, de homem,
de ciência e de educação ( RAMPAZZO, 2003).
A integração escola e
tecnologia dentro deste contexto não é tarefa fácil, mas é possível a partir do
momento que o educador reorganizar o seu trabalho, de maneira reflexiva, e
orientar os discentes a colher informações nos lugares adequados e como
utilizá-las. Mas para tanto, é preciso reconhecer e partir das concepções que
os alunos têm sobre as tecnologias para elaborar desenvolver e avaliar práticas
pedagógicas que promovam o desenvolvimento de uma disposição reflexiva que os
prepare.
Segundo, Nóvoa ( 1995, p. 25):
[...] “A partilha das experiências no paradigma de
formação de professores reflexivos, a reflexão e a investigação sobre a prática
somente se constituirão como estratégias eficazes, se somadas à partilha de
experiências. Neste sentido, “a formação de redes de autoformação participada,
que permitam a compreensão da globalidade do sujeito e na qual a formação
assumida como um processo interativo e dinâmico”.
A partir da visão mencionada acima, o autor
ressalta a importância da troca de experiência entre os docentes para que eles
possam refletir sua prática pedagógica, pois para se sentir atraídos para uma
autoformação é imprescindível que além das suas idéias tenha um contato com os
saberes de outras pessoas. É através da
partilha dos conhecimentos que o professor pode obter um novo olhar
sobre a ação docente possibilitando uma visão mais ampla sobre a utilização da
tecnologia favorecendo o uso da mesma como integração e não como distração ou fuga
(MORAN, 2007).
A
reflexão leva a repensar o currículo, a metodologia, e os objetivos e segundo Segundo
Rampazzo (2004,):
[...] “o professor é um dos responsáveis pela
criação de ambientes facilitadores que incluam nova postura da escola, assim
novas atitudes docentes, como a adoção de metodologias que permitam a
participação ativa do aluno no processo educativo”.
As novas tecnologias da comunicação e
informação enriquecem a prática pedagógica, mas não falam por si sós. O
educador é responsável por essa incorporação. A ele cabe reconsiderar o
trabalho docente, dominando as tecnologias e assumindo as decisões quanto ao
processo de ensino e aprendizagem.
2.5 As
tecnologias e o currículo educacional
O
desenvolvimento da cultura tecnológica ligado à emergência das tecnologias da
Informação e Comunicação ( TIC) tem trazido grandes desafios para as nossas
formas de ser e de pensar. Por isso, desenvolver o currículo segundo as
perspectivas das tecnologias implica que o professor analise,
continuamente, o quê, como, para quê, para quem, a favor de quem se organiza o
ensino, pois se sabe que hoje os estudantes pensam de modo diferente,
principalmente devido às suas interações com distintos artefatos típicos da
tecnologia digital. No entanto, ainda se tem muito a aprender sobre o modo de
ser dos discentes da geração digital para que a escola possa trabalhar em
sintonia com as demandas do alunado e com as características da sociedade
tecnológica (FREIRE, 1996).
Inserindo-se
nessa correlação, Silva (2001) afirma que ao considerar a cultura
contemporânea, permeada pela convergência das linguagens, mídias e tecnologias,
é possível identificar que estas não se constituem apenas como instrumentos de
transmissão da cultura, mas também como elementos estruturantes do pensamento,
das formas de interlocução, das novas elaborações culturais e do
desenvolvimento do currículo.
Entretanto, é
preciso exercitar a criticidade sobre o uso da convergência das mídias e
tecnologias no currículo a fim de evitar que sejam introduzidas de modo
descontextualizado e reforcem a [...] “divisão social do trabalho e a divisão social
do conhecimento” (GOODSON, 2001, p. 211). O olhar crítico atento sobre a
convergência das mídias e tecnologias com o currículo favorece o rompimento com
a padronização, pois o planejado é reconstruído no andamento da ação, com a
criação de redes de significados abertas a múltiplas influências, flexíveis e
dinâmicas, porém esta ainda é uma realidade curricular escassa em muitas
instituições escolares.
E imprescindível
que na sociedade da convergência tecnológica, mobilidade e ubiquidade, aconteça
mudanças no pensar pedagógico de forma que o currículo não seja modificado
simplesmente para agregar a tecnologia como mero recurso, mas ambos, devem se
integrar para que se transformem e resignifiquem os referenciais pelos quais a
prática pedagógica será orientada e transformada através da junção das mídias e
tecnologias digitais (SILVA, 1995), a escola precisa atuar no sentido de
aproximar o foco do currículo desenvolvido na unidade escolar dos instrumentos
culturais e das dinâmicas da sociedade.
Diante disso, é notória que a quebra de velhos
paradigmas é urgente na educação para que a tecnologia possa ser vista como
artefato, cultura, atividade com determinado objetivo inseridos dentro do
currículo educacional, pois é através de um novo olhar que as tecnologias de
informação e comunicação envolverão a aquisição, o armazenamento, o
processamento e a distribuição da formação do ensino e aprendizagem.
O
currículo educacional não deve esquecer-se que o indivíduo se desenvolve e
interage com o mundo utilizando suas múltiplas capacidades de expressão por
meio de variadas linguagens constituídas de signos orais, textuais, gráficos,
imagéticos, sonoros, entre outros. As mídias passam a configurar novas
maneiras para os estudantes utilizarem e ampliarem suas possibilidades de
expressão, constituindo novas interfaces para captarem e interagirem com o
mundo e todas as formas e instrumentos da mídia
estão cada vez mais se fundindo em sistemas inter-relacionados (DIZARD, 1998).
Vale
ressaltar que o processo da gestão das tecnologias no âmbito educacional,
frequentemente, ela passa por três etapas: primeira, as tecnologias são
utilizadas para melhorar o que já vinha sendo feito, como o desempenho, a
gestão para automatizar processos, diminuir custos. Na prática, o uso
pedagógico das tecnologias ocorre de forma esporádica, para ilustrar um
trabalho, digitar um texto, copiar uma informação da internet, ou seja, para tornar
as aulas mais interessantes e atrativas (MORAN, 2006)
Na segunda etapa, algumas escolas inserem
parcialmente as tecnologias no projeto educacional. Cria uma página na Internet
com algumas ferramentas de pesquisa e comunicação, divulga textos e endereços
interessantes, desenvolve alguns projetos. Há atividades no laboratório de
informática, mas mantém-se intocada a estrutura de aulas, disciplinas e
horários. (MORAN,2006)
Na
terceira, em algumas instituições escolares se nota o amadurecimento do processo
de implantação e o avanço da integração das tecnologias, repensam os seus
projetos pedagógicos, o seu plano estratégico. A introdução de algumas mudanças
significativas, como a flexibilização parcial do currículo e a inclusão de
novas dinâmicas, buscam integrar as tecnologias com os conteúdos curriculares
por meio de atividades disciplinares, de resolução de problemas e de projetos
que podem partir de um tema disciplinar, uma questão investigativa ou um tema
transversal (MORAN, 2006)
O
que leva as escolas e os professores a transitarem da primeira para a terceira
etapa do processo de apropriação das tecnologias na educação, ou seja, de
integrar as tecnologias e as mídias em uma nova perspectiva de ensinar e
aprender são fatores envolvidos em várias instâncias do sistema escolar. No
entanto, um dos principais fatores é a falta de domínio técnico-pedagógico para
se fazer a gestão das TIC no contexto de ensino e aprendizagem.
É
verdade que hoje já se tem um número significativo de professores desenvolvendo
projetos e atividades mediados por tecnologias. Mas ainda existem muitas
escolas e educadores procurando saber como utilizar pedagogicamente os recursos
tecnológicos.
Segundo,
Carmem (2001) é preciso mudar os
paradigmas convencionais da estrutura escolar, em que muitas vezes a tecnologia
é utilizada de forma superficial (como meio de comunicação) ou para aumentar o
poder daqueles que possuem o conhecimento tecnológico. Para haver esta mudança,
e o alunado aprender com eficiência utilizando como subsídios as
tecnologias é imprescindível compreender
as potencialidades inerentes a cada uma delas e suas contribuições ao ensinar e
aprender.
Desta forma, os usos das TICs na educação
poderão trazer efetivamente avanços substanciais à mudança da escola, que se
relaciona com um processo de conscientização e transformação que vai além do
domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de homem, de
ciência e de educação (ALMEIDA, 2006).
O uso da tecnologia no processo de aprendizagem do
aluno, dependendo da concepção educacional, pode favorecer as diferentes formas
de comunicação e representação de idéias. A característica de propiciar a
interação e a construção colaborativa de conhecimento tecnológico evidenciou o
potencial de incitar o desenvolvimento de habilidades de escrever, ler,
interpretar textos e hipertextos.
Para Almeida (2006, p.
41):
[...] “O
uso de hipertexto rompe com as seqüências estáticas e lineares de caminho
único, com início, meio e fim fixados previamente. O autor disponibiliza um
leque de possibilidades informacionais que permite ao leitor dar ao hipertexto
um movimento singular, ao interligar as informações segundo seus interesses e
necessidades momentâneos, navegando e construindo suas próprias seqüências e
rotas”.
O trabalho realizado com hipertexto permite aos
alunos a possibilidade de se expressarem, tornarem suas idéias e
pesquisas visíveis, confere uma dimensão mais significativa aos trabalhos e
pesquisas acadêmicas tornando-os mais autônimos. Além disso, o uso de
hipertexto apresenta também uma nova forma de escrita e leitura colaborando com
o repensar de alguns aspectos da própria educação trabalhada dentro do seu
currículo escolar.
O currículo escolar deve ter a Leitura e escrita como
prioridade, principalmente, nas séries iniciais e as mesmas se mesclam na
criação de um texto digital. Ler e escrever significa interagir para escolher
entre um leque de ligações preestabelecidas pelo criador do hipertexto ou para
estabelecer novas ligações não previstas pelo autor (LÉVY, 1999), criar
percursos próprios, deixar marcas, reconfigurar espaços e criar narrativas
pessoais. Para iniciar este processo os gestores juntamente com os educadores
devem segundo PRATA (2002, p.79) começar com o que tem de imediato, seja em
relação a equipamentos, seja através de programas existentes e acessíveis a
todos. As experiências vivenciadas servirão de referência pessoal e política
para as suas possibilidades pedagógicas.
Segundo Prata (2000, p.27)?
[...] “ acentua a importância da
tomada de consciência dos gestores para a sua atuação nas mudanças, uma vez que
a realidade pode ser mudada a qualquer momento, quando as pessoas se
compreendem como produtoras de sua realidade por meio da práxis, o implica o
reconhecimento de suas condições de trabalho e as possibilidades de sua
melhoria”.
Com a integração de tecnologias na prática
pedagógica se evidenciam a importância de o professor desenvolver processos de
gestão da sala de aula no que se refere aos processos de ensino e aprendizagem
e respectivas estratégias mobilizadas, modalidades de interação e recursos
empregados. É claro que ele já desenvolve esses processos mesmo quando não
utiliza as tecnologias, mas nessa situação atua de modo quase intuitivo porque
já tem o hábito bem elaborado. Entretanto, a entrada nesse processo de um novo
elemento – a tecnologia - traz outro sistema de representação simbólico e
provoca a conscientização sobre a necessidade de desenvolver a gestão da prática
pedagógica.
Segundo Almeida (2005, s/p):
[...] "A gestão deve partir
da descrição da realidade. E para isto é necessário olhar, interpretar e
diagnosticar as potencialidades, as fragilidades existentes no cotidiano da
escola, os interesses e as demandas."
Vale frisar que, para que seja possível usufruir as
contribuições das tecnologias na escola e obter conhecimentos, é importante
considerar suas potencialidades para produzir, criar, mostrar, manter,
atualizar, processar e ordenar. Tratar de tecnologias na escola engloba
processos de gestão de tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que
abarcam relações dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização
produção e manutenção (ALMEIDA, 2006).
Para Vieira (2002b, p.35):
[...] "Conhecimento
não é dado nem informação, embora estejam relacionados. A confusão entre dado, informação e conhecimento gera enormes
gastos de tempo e dinheiro em projetos nem sempre adequados para certa
instituição. O sucesso ou o fracasso organizacional depende, muitas vezes, em
saber de qual deles precisamos, com qual deles contamos e o que podemos fazer
com cada um deles”.
A informação pode gerar
novos conhecimentos e os professores precisam motivar os alunos para que eles
sejam pesquisadores, para tanto é necessário ajudar os discentes a encontrarem
uma lógica dentro das informações questionando a compreensão das mesmas a fim
de avançar para novas sínteses aprimorando a aprendizagem.
O uso das tecnologias de informação e comunicação
na definição curricular da escola deve permitir: registrar e atualizar instantaneamente
a sua documentação, criar um sistema de acompanhamento e participação da
comunidade interna e externa à escola por meio de redes virtuais de interação e
colaboração, definir metodologias de avaliação adequadas e compatíveis com
critérios democráticos e participativos, trocar informações e experiências com
a comunidade, identificando os talentos e potencialidades que possam contribuir
com a evolução conjunta de problemáticas tanto da escola como da comunidade,
discutir, tomar decisões compartilhadas e oportunizar os educandos caminhos
que promovam mudanças de atitudes em relação ao uso da tecnologia (SANTAELLA,
1992).
Essa visão de currículo é
desafiador, pois a escola precisa ultrapassar a lógica da exclusão social,
necessita buscar oportunidades de acesso e permanência das tecnologias nos
espaços do ensino. Para tanto, é preciso entender que as necessidades de
mudanças vão além dos muros das escolas e repensar, reorganizar e reposicionar
sua própria estrutura e seu currículo faz parte de um processo coletivo onde o
diálogo com a comunidade onde a escola está inserida é o subsídio essencial
para essa conquista.
Vale frisar que para
conseguir um currículo voltado para a realidade e necessidade dos alunos é necessário
que o professor esteja preparado para atuar pedagogicamente com as novas
tecnologias na escola. Essa preparação passa pelo rompimento do velho paradigma
e pela aceitação e incorporação de um novo modelo de ensino (LEVY, 1993).
2.6 Um
novo olhar pedagógico e a democratização do acesso ao conhecimento
Toda mudança requer, das
instituições escolares, metodologias e aperfeiçoamento de posturas necessárias
à provocação e acompanhamento do processo educativo de forma que proporcione
aos discentes autonomia e criatividade. Para tanto, é necessário mudar as
formas tradicionalistas de ensinar, rever o papel do professor e do aluno, ter
nova visão da escola e da sala de aula, de se postar diante das novas tecnologias
e encarar a educação e sua função social
com maior abrangência. [...] “O papel da educação deve voltar-se à
democratização do acesso ao conhecimento, produção e interpretação das
tecnologias, suas linguagens e conseqüências” ( SAMPAIO; LEITE,1999,p.15).
Conforme Freire (1998), a
educação libertadora passou a inspirar novos conceitos que orientam uma nova
sociedade baseada nos princípios de liberdade, de participação e de busca pela
autonomia. Assim sendo, o docente precisa incorporar novas atitudes, conforme
Libânio (1999) assumir o ensino como mediação: assumir a idéia de prática
interdisciplinar na escola; conhecer estratégias de ensinar a pensar e ensinar
a aprender; empenhar-se em auxiliar o aluno a buscar uma perspectiva crítica
dos conteúdos; assumir a sala de aula como um processo comunicacional;
reconhecer o impacto das novas tecnologias na escola; atender à diversidade
cultural e respeitar as diferenças; investir na atualização científica e em sua
formação continuada e integrar o exercício da docência à dimensão afetiva.
Mediar o processo de
ensino-aprendizagem exige que o professor oriente os estudos do aluno e invés
de pesquisar pelo discente, os estimule a querer saber mais e a despertar a
curiosidade sobre as questões das diversas disciplinas, democratizando o acesso
ao conhecimento de forma interessante, pois ele é o agente da aprendizagem: é
um estudioso autônomo, capaz de buscar por si mesmo os conhecimentos, formar
seus próprios conceitos e opiniões, sendo assim responsável pelo próprio
crescimento (RAMPAZZO, 2003).
Vale frisar que para o aluno
traçar os próprios caminhos é preciso que os conteúdos curriculares atendam a
uma estrutura flexível e aberta onde a tecnologia está dentro do contexto como
meio, instrumento incorporado que será
utilizada pelo educador como recurso para estimular a aprendizagem. A
escola precisa tentar formar uma sociedade em que o homem seja o centro e
utilize a tecnologia a serviço do bem de todos (RAMPAZZO, 2003).
A escola precisa quebrar
velhos paradigmas e ser um espaço aberto e conectado com o mundo. Os alunos
precisam ter contato com a comunidade, partilhar experiências com colegas e
outras escolas. A internet pode ser a ferramenta que possibilitará essa
comunicação, pois a mesma expande os horizontes através dos fóruns de debates,
das trocas de conhecimentos, da visitação de culturas diferentes, da construção
de trabalhos conjuntos e da navegação sem fronteiras (MIGUEL, 2003).
Nessa perspectiva o diálogo
é fundamental para expandir conhecimentos, e a escola pode fazer uso das mídias
digitais, especialmente da hipermídia, incorporando distintos recursos tecnológicos
à tecnologia digital e assim proporcionar a comunicação entre as diferentes
linguagens. Mas para tanto, é preciso que a instituição escolar tenha um
pensamento de coletividade efetivo, mas
infelizmente algumas vezes o que
prevalece, ainda no seu interior, é a individualidade e o autoritarismo.
A forma de pensamento que a
escola e a universidade impõem aos alunos, desde a infância segundo Morin (1996
p. 275) [...] “a de um pensamento disjuntivo e redutor, ou seja, na escola
aprendemos muito bem a separar – separamos um objeto de seu ambiente, isolamos
um objeto em relação ao observador que o observa e buscamos a explicação do
todo através da constituição de suas partes, na tentativa de eliminar a
complexidade”.
Vale frisar que tendo um
modelo pedagógico determinista, a escola não consegue abranger toda a
complexidade do mundo atual. É notório que atualmente precisa ocorrer uma
transformação na educação, sobretudo na sala de aula. Não basta apenas ter as
ferramentas tecnológicas, o educador precisa incorporar novos paradigmas
pensando de maneira democrática, tendo metas estabelecidas a cumprir diante da
presença das tecnologias da informação e da comunicação, tanto na vida de fora
como de dentro da escola. Como afirma Marques (1996) a educação como
interlocução de saberes sempre em reconstrução, ou seja, para que haja educação
é fundamental que aconteça um diálogo de saberes.
Para
a escola proporcionar novas formas de saberes utilizando as ferramentas
tecnológicas como um suporte para surgir novas aprendizagens é preciso que ela
esteja conectada com as coisas que acontecem no mundo. Philippe Perrenoud
(2000) comenta sobre o novo mundo em que crescem as crianças de hoje, um mundo
no qual elas dominam, desde muito cedo, as novas tecnologias, que influem,
determinantemente em seus cotidianos [...] “ As crianças nascem em uma cultura
em que se clica...”, afirma que” a escola não pode ignorar o que se passa no
mundo” ( Perrenoud, 2000 p. 125).
O
grande problema é que a realidade escolar, praticamente “estacionou” e os
velhos paradigmas estão tão incorporados na prática do professor como:
persistir muito em aulas expositivas, deixando o aluno ser um receptor passivo,
pois acredita que sabe muito mais do que o discente, a sala de aula é o
ambiente de escuta e recepção, o aluno aprende o que o professor já pesquisou,
o educando aprende e estuda por obrigação, os conteúdos precisam ser seguidos
em uma estrutura rígida que não prevê brechas nem modificações, o retroprojetor
ou o projetor de slides são usados, muitas vezes, como instrumento esporádico
para tornar determinado assunto mais agradável e os recursos tecnológicos são
manipulados pelo professor. Sendo assim, este tipo de educação não responde às
necessidades do indivíduo e da sociedade contemporânea ( MIGUEL, 2003).
Democratizar
um ensino pautado em um modelo fechado, desinteressado e alienado do que ocorre
no mundo, na sociedade humana é uma tarefa difícil e árdua, entretanto para
Valente (1999), a criação de uma pedagogia, segundo uma visão “enxuta” de
educação, ainda está em fase embrionária, mas já seria possível antever algumas
característica desse novo processo educacional.
Conforme
Valente (1999, p. 37-38):
[...] “Assim,
comparativamente ao que acontecer com os meios de produção e serviço, na
educação enxuta o aluno deve “puxar” os conteúdos, e a escola deve ser capaz de
atender às mudanças e necessidades dos alunos. O professor e os alunos devem
ter autonomia e responsabilidade para decidir o como e o que deve ser tratado
nas aulas. O aluno deve ser crítico, saber utilizar a constante reflexão e
depuração para atingir níveis cada vez mais sofisticados de ações e ideias, e
ser capaz de trabalhar em equipe e desenvolver, ao longo da sua formação, uma
rede de pessoas e especialistas que o auxiliem no tratamento dos problemas complexos.
O conteúdo não pode ser mais fragmentado ou descontextualizado da realidade ou
do problema que está sendo vivenciado ou resolvido pelço aluno.”
Diante do que foi afirmado
pelo autor acima, a escola precisa formar cidadãos críticos, oferecendo a eles
a oportunidades de falarem das suas necessidades e sede de saber, utilizando as
tecnologias como meio para a autonomia, para o processo da aprendizagem e da
inclusão social. Além disso, é preciso um ensino pautado na contextualização levando
em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, tendo um currículo que
norteia o fazer pedagógico dos professores sendo gestado de acordo com os elementos
relacionados aos valores dos jovens da sociedade contemporânea, como a
interatividade e a hipertextualidade, que têm gerado novas formas de se
relacionar com o conhecimento, novas racionalidades, novos modos de pensar e
agir (LEMOS, 1997).
A prática do professor é a
chave que pode abrir portas que proporcionará ao educando a oportunidade de ser
um pesquisador crítico que utilizará as TICs em prol de uma aprendizagem
significativa onde o educador será um parceiro de trabalho, que não mais ordena
ou dita os comandos, mas passa a ser um co-autor do processo de ensino, e
juntamente com os alunos, vai estimulando uma educação problematizadora e
investigativa em busca de novos saberes.
Enfim, ficou claro, até esse
momento dessa pesquisa, a importância das escolas quebrarem velhos paradigmas,
investirem em um currículo contextualizado e a importância de utilizarem as
tecnologias como ferramenta significativa para aprendizagem dos discentes.
Agora apresentaremos no
capitulo seguinte, como as tecnologias
são usadas no município de valente – BA, principalmente como essas ferramentas
são utilizadas na prática dos professores que lecionam na escola Centro Educacioanl
Cecília Meireles e o que pensam os alunos, gestores, coordenadores
pedagógicos e alunos sobre o emprego dos
meios de comunicação como recursos pedagógicos e qual o papel da mídia, para
eles, no processo de ensino e aprendizagem.
3. O uso das tecnologias no contexto da Escola
Centro Educacional Cecília Meireles em Valente – BA
3.1- O uso das tecnologias na visão dos docentes da
Escola Centro Educacional Cecília Meireles em Valente – BA
A Escola Centro
Educacional Cecília Meireles em Valente – BA está situada no Bairro da
Liberdade e atende as crianças do Bairro, da sede e da zona rural. É
considerada uma das melhores escolas pública do município funcionando em dois
turnos, matutino e vespertino. Os professores desta escola são todos graduados
e alguns são especialistas na sua área.
Para saber como os educadores, da instituição
citada anteriormente, usam as tecnologias nas salas de aula, é que fui fazer
uma pesquisa de campo no mês de outubro de dois mil e onze nesta escola para
obter informações sobre a utilização das TICs na prática pedagógica e durante a
pesquisa entrevistei três professores, três alunos, a gestora e a vice- gestora.
Sabemos
que é importante possibilitar a articulação entre diferentes pontos de vista
para compreendermos uma situação, com o intuito de adquirir informações
relevantes sobre o uso das tecnologias na sala de aulas desta instituição é que
fiz as seguintes perguntas:
1. Quais os
fatores que impossibilitam o uso das tecnologias na sala de aula?
Para [P1] “Um dos fatores é o espaço inadequado para
o uso das TICs”.
Para [P2] “O
motivo é poucos recursos tecnológicos, pois, temos um infocentro com
pouquíssimos computadores quando vamos usá-lo a aula vira uma confusão”.
Para [P3, P4 e P5] “Não estão preparados para
trabalhar com as tecnologias, são muitas informações, sendo que muitos ainda
não possuem o conhecimento mínimo suficiente para aplicar tal prática na sala
de aula.
Diante
das respostas dos professores, pudemos dizer que inserir os alunos no processo
tecnológico não depende simplesmente do querer do educador mais de uma política
pública que objetive a essência do trabalho com a mídia e invista em
ferramentas e espaço físico adequado para atender as necessidades dos
estudantes e de curso de formação continuada em mídia pela educação. Por isso
ensinar e aprender segundo Moran ( 2000,p.12) [...]“ Ensinar e aprender são os
desafios maiores que enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em
que estamos pressionados pela transição do modelo industrial para o da
informação e do conhecimento”.
2. O que diz
o PPP ( Projeto Político Pedagógico) da escola sobre o uso das mídias?
Para [P3] “Bem, sobre o PPP acho que deve
dizer que as tecnologias devem ser utilizadas”.
Para [todos] os professores devem ser
atualizados e usarem as mídias de forma significativa. Se não diz isso deveria
dizer é o que aprendemos nos cursos que tomamos.
Infelizmente
ficou explícito que o PPP da escola não foi elaborado na coletividade, as ações
não contemplam as metodologias mais adequadas para atender as necessidades dos
alunos nem dos professores, principalmente no que diz respeito ao uso das
tecnologias pior, ficou claro a falta de conhecimentos sobre este documento e o
cidadão que a escola quer formar fica a critério de cada professor, pois o que
a unidade escolar almeja está em um
documento engavetado.
Segundo
Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do
processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das
exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas
da comunidade escolar. Além disso, Possibilitar ao coletivo escolar a tomada de
consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de solução,
definindo as responsabilidades coletivas e pessoais
3.
Vocês
professores mesmo com dificuldades usam as tecnologias. Mas como as ferramentas
tecnológicas são usadas?
Para [P1 e P4] “Utilizamos para apresentar os
assuntos através de slides, para os alunos fazerem pesquisas, apresentarem
seminários, usamos vídeos”.
Para [P2,P3 e P5} “esclarecer os conteúdos e
os alunos prestarem mais atenção, fazemos uso do Data Show da TV para
apresentarmos imagens e aparelho do aparelho de Som para ensaiar coreografias”.
Podemos observar que os professores
usam a tecnologia como um recurso para incrementar suas aulas.
Para
Morin (2000) quando ele afirma que [...] “Hoje temos um número significativo de
professores desenvolvendo projetos e atividades mediados por tecnologias. Mas
ainda existem muitas escolas e professores procurando saber como utilizar
pedagogicamente os recursos tecnológicos.
4. Vocês educadores acham que as ferramentas tecnológicas
aprimoram os conhecimentos dos alunos? Por quê?
[Todos] Sim
Para [P1 e P2] “ Porque os recursos áudio
visuais chamam atenção dos alunos mais do que cartazes, as aulas ficam mais
dinâmicas.
Para [P3, P4, P5] “Os discentes gostam do
novo e aprendem com mais facilidade, porém é preciso usar esses recursos de
forma significativa”.
Percebemos
o quanto é urgente a necessidade de que todos os professores compreendam as
potencialidades inerentes a cada tecnologia e suas contribuições ao ensinar e
aprender poderá trazer avanços substanciais à mudança da escola, que se
relaciona com um processo de conscientização e transformação que vai além do
domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de homem, de
ciência e de educação. (ALMEIDA, 2006).
5-
O que deve ser feito na sua escola para que
as tecnologias contribuam com o ensino-aprendizagem?
Para [Todos] “Deve ser feita uma análise
cuidadosa do uso das TICs, pois tem professores que agendam o uso do Data Show
para cinco aulas consecutivas e como somente tem um na escola fica difícil
outra pessoa usar, além disso é preciso de mais ferramentas, de computadores
com internet e construir um espaço adequado para usar as ferramentas
tecnológicas”.
A falta de um trabalho no coletivo faz com que
a dimensão pedagógica fique fragmentada, e a falta de uma gestão financeira e
administrativa impedem que se faça um bom uso dos poucos recursos tecnológicos
que existem na Escola Centro Educacional Cecília Meireles.
Para Almeida (2005, 14):
[...] “A gestão deve partir da
descrição da realidade. “E para isto é necessário olhar, interpretar e
diagnosticar as potencialidades, as fragilidades existentes no cotidiano da
escola, os interesses e as demandas.”
Para obter mais esclarecimentos do uso das
tecnologias na escola pesquisada, procurei as gestoras para entrevistá-las e as
mesmas responderam as perguntas com segurança e tentaram ser verdadeiras no que
diz respeito ao uso das TICs na escola que elas administram.
3.2 O uso das tecnologias na visão da gestão da
Escola Centro Educacional Cecília
Meireles em Valente – BA
O gestor
mais do que um administrador ele precisa ser um educador e por isso, precisa
saber o que está acontecendo dentro da sala de aula para que possa diagnosticar
o ensino desenvolvido dentro da instituição escolar proporcionando aos educadores
oportunidades de capacitação e orientação pedagógica.
"A
gestão, segundo Fernando José Almeida (2005), é entendida pela forma de se
comprometer com o todo de um empreendimento: responsabilidade, capacidade de
observação e descrição diagnóstica, análise e síntese, tomada de decisão -
conjunta e solitária - comunicação, democracia, memória, identidade e utopia:
articulação de pessoas e projetos em torno de algo chamado vida: gerar, gestar,...
organização, generoso ato de viver." (p.68).
Diante do
que foi citado por Almeida, podemos afirmar que
a função do gestor escolar é bem maior do que simplesmente dirigir a
escola, ele precisa ser um articulador de ações em parceria com a comunidade ,
discentes e professores delegando e liderando democraticamente. Sendo assim,
fui entrevistar a gestora e sua vice para saber como era desenvolvido o
trabalho pedagógico na sua escola diante das novas tecnologias e fiz as
seguintes perguntas:
1 - Existem
alguns fatores que impossibilitam o uso das tecnologias na sua escola? Quais?
Para o [G ] Sim. Faltam ferramentas para atender
todos os alunos, temos um infocentro, mas temos poucos computadores e também
precisamos de pessoas capacitadas para trabalhar com as tecnologias porque
ainda temos professores que tem dificuldade em manusear os aparelhos
tecnológicos. Além disso, não temos espaço físico adequado, temos uma TV que
está em um suporte móvel que o professor leva para sua sala quando quer utilizá-la
e somente um Data Show. Mas apesar dessas dificuldades os professores fazem uso
das tecnologias sempre que possível.
Durante a fala da gestora fui
percebendo que ela tem uma grande vontade de vê os docentes usarem as
tecnologias de maneira mais planejada, porém falta a todos os envolvidos no
processo-aprendizagem, da escola pesquisada, capacitação e planejamento de
atividades significativas com o uso das mídias.
Perguntei a Vice-Gestora: Durante
a elaboração do PPP (projeto Político pedagógico) foi elaborada ações que
envolvessem o uso dat TICs?
Para [ V G] “O PPP não foi revisado esse ano, porém
mim lembro que a escola criou um Blog para ser usado pelos alunos envolvendo
jogos matemáticos onde os alunos interagiam com os colegas. Além disso, os
professores usam vídeos, TV, DVD nas aulas quando possível”.
O
trabalho com as tecnologias acontecem na
escola Centro Educacional Cecília Meireles, entretanto no PPP da instituição não diz como elas devem
ser utilizadas nem com qual finalidade. Diante desse quadro, é preciso os
professores e gestora compreender que é preciso um planejamento
focado no real objetivo que se deseja e não simplesmente fazer uso das TICs
para diversificar a prática pedagógica. Como afirma Moran (2000) “Professores,
alunos e administradores podem avançar muito mais em organizar currículos mais
flexíveis, aulas diferentes. A rotina, a repetição, a previsibilidade, tudo
isso é uma arma letal para a aprendizagem. A monotonia da repetição esteriliza
a motivação dos alunos”.
Após
ouvi a resposta sobre o PPP da escola precisei saber da gestora a relevância
que a instituição atribui ao trabalho com as tecnologias e interroguei-a:
2 - Você acredita que as ferramentas
tecnológicas aprimoram os conhecimentos dos alunos? Se afirmativo justifique.
Para
a [G] “Com certeza, pois é um recurso audiovisual que chama a atenção dos
alunos, de tal forma que os cartazes estão sendo aos poucos substituídos por
slides”.
Infelizmente
o audiovisual ainda é usado como um apoio ilustrativo para chamar atenção dos
discentes para o conteúdo que foi ensinado na escola, além disso, os envolvidos
no processo educacional, às vezes, se colocam e são colocados como espectadores
diante novas tecnologias. Neste contexto o grande desafio não é só de explorar
as possibilidades que as novas tecnologias criam, mas, parafraseando Paulo
Freire, de reconhecer, no universo cultural dos jovens e nas telas audiovisuais
que fazem parte do seu dia-dia, novos modos de ler o mundo e de transformá-lo.
3- Os professores e vocês enquanto gestoras
estimulam os alunos a usarem a internet como fonte de pesquisa? Em caso
positivo de que forma?
Para [G] “Sim estimulamos.
Uma das formas de incentivá-lo é passando pesquisas para eles fazerem
utilizando a internet. Sabemos que, ainda, uma boa parte dos alunos tem
dificuldade em acessar esta ferramenta por isso não fazemos essa atividade
sempre.
Para [V G] “Sim. Mais
sabemos que ainda é preciso estimular mais, porém nem todos os alunos têm
acesso à internet, entretanto percebo que essa ferramenta ajuda os alunos a
ficarem mais informados”.
As
gestoras compreendem que a internet é uma ferramenta que ajuda os discentes nas
suas pesquisas, e estimular os educandos para o uso da mesma faz parte de uma das
funções da escola, entretanto nem todos os alunos tem acesso a internet. Sendo assim, foi possível
perceber que falta muito esclarecimento de como utilizar a internet de forma
cooperativa e interativa. Programas da internet pouquíssimos são utilizados por
gestores e professores, muito menos por alunos. O programa JCLIC, por exemplo,
é desconhecido para os gestores e profissionais da escola pesquisada.
Para Moran (2000):
“As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas de suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, programas em CD. O professor se transforma agora em estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante.”
As gestoras precisam
entender que ficar somente se queixando da falta de ferramentas tecnológicas
não vai resolver o problema, é preciso parceria com o governo nos três níveis
para conseguir investimentos e comprar mais computadores. Mas somente isso não
resolveria o problema é preciso capacitar os profissionais educadores para
trabalharem efetivamente com as TICs.
4- O que deve ser feito para que as tecnologias
contribuam com o processo ensino-aprendizagem?
Para [G] “O primeiro passo é capacitar
os professores para saberem usar as TICs de maneira correta, pois assim sendo o
educador poderá conscientizar os alunos a fazerem uso adequadamente das mídias
para sua formação”.
Após
a entrevista realizada com as gestoras ficou explícito o quanto é necessária
formação continuada dos educadores para que eles possam fazer uso das
tecnologias em prol de uma educação de qualidade.
Todos
os que estão envolvidos em educação precisam conversar, planejar e executar
ações pedagógicas inovadoras, com a devida cautela, aos poucos, mas firmes e
sinalizando mudanças. Sempre haverá professores que não querem mudar, mas uma
grande parte deles está esperando novos caminhos, o que vale a pena fazer
(MORAN, 2002).
Para
finalizar a pesquisa na Escola Municipal Centro educacional Cecília Meireles,
fui entrevistar três alunos que cursam o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental II
para saber o que eles pensam sobre o uso das TICs e como as mesmas são usadas
na instituição escolar.
3.3 O uso
das tecnologias na visão dos discentes da Escola Centro Educacional Cecília
Meireles em Valente – BA
1- Vocês
julgam o uso das TICs importantes para os seus estudos?
Para [A 1] “ Sim. Muito eu tenho aprendido
com as tecnologias, pois fica mais fácil, leio o que tem na internet e depois
faço meu texto.”
Para [A2] “Acho. Quando vou fazer minhas pesquisas tudo é mais fácil,
acesso a internet, escolho o que as professoras querem, seleciono e depois colo”.
Para [A3] “Sim. Faço meus trabalhos com mais facilidade, preparo slides
para apresentar e fico mais informada”.
Sabemos que as tecnologias podem propiciar
novas concepções de ensino-aprendizagem, mas o grande desafio do professor é
ajudar os alunos a serem pesquisadores e deixarem o plágio, uma maneira de
conscientizá-lo é apresentar o Código
Penal Brasileiro, em vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual, nós nos deparamos com a previsão de
crime de violação de direito autoral – artigo 184 – que traz o seguinte teor: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano, ou multa. E os seus
parágrafos 1º e 2º, consignam, respectivamente:
§1º Se a violação consistir em
reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no
todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente,
(...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).
§ 2º Na mesma pena do parágrafo
anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire
oculta, empresta troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou
cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação de
direito autoral.
Segundo Moran (2004, p. 30)
O professor tem a função de orientador
/mediador – informa, ajuda a escolher as informações mais importantes, trabalha
para que elas se tornem significativas pra os alunos, permitindo que eles as
compreendam, avaliem – conceitual e eticamente -, reelaborem textos e
adaptam-nas aos seus contextos pessoais. Ajuda a ampliar o grau de compreensão
de tudo, a integrá-lo em novas sínteses provisórias ( MORAN, 2004, p. 30)
A
partir do momento que o professor aprender a utilizar as TICs com fins
pedagógicos, ele poderá ajudar e mediar seus alunos a fazerem suas próprias
atividades usando a Internet e outras tecnologias como suporte para seus
conhecimentos e não como um fim em si mesmo.
2- Vocês
utilizam quais ferramentas tecnológicas dentro e fora da escola? Para quê?
Para [A1] “ Na escola eu utilizo TV, vídeos,
data show para apresentar trabalhos e fora da instituição uso muito a internet
para pesquisar e também conversar com minhas amigas.
Para
[A2] “Aqui na escola faço uso da TV e vídeos para assistir filmes, às vezes uso
o som e quando o computador está ligado navego na NET para fazer trabalho. Fora
da escola tenho acesso ao celular para ligar para os amigos e claro as amigas”.
Para
[A3] “Dentro da escola utilizo o computador de vez em quando, o data show, TV e
som. Fora da escola uso a internet para acessar o Orkut e MSN para conversar
com amigos”.
A escola pesquisada
faz uso das TICs mesmo de forma tímida e sem muita informação, mas ficou explícito
nas falas dos alunos que estas ferramentas ainda estão longe de focalizar o
ensino-aprendizagem, pois é necessário inserir o uso das novas tecnologias no
currículo Real da instituição incentivando os alunos a serem pesquisadores
críticos, não simplesmente reprodutores de conhecimentos.
3- Vocês
acham que os professores deveriam fazer mais uso das tecnologias nas suas
aulas? Por quê?
Para [A1] “ Sim. Eu acho que as aulas ficam
mais interessantes, explicativas quando o professor usa ferramentas
tecnológicas e além disso consigo entender melhor os conteúdos.
Para [A2] “ Ás vezes. Nesta escola tem poucos
recursos tecnológicos, sendo assim nem todos os alunos conseguem manusear as
ferramentas e as aulas ficam meio bagunçada”.
Para [A3] “ Sim. Quando a professora utiliza
meios tecnológicos para trabalhar os conteúdos eu consigo aprender com mais
facilidade.
Os alunos
percebem que quando os educadores fazem uso das TICs durante suas aulas, fica
mais interessante e aprimora os conhecimentos, entretanto é necessário que a
escola invista em recursos para que a prática seja realmente significativa para
todos os discentes.
Parafraseando Almeida, as diferentes
tecnologias são novas linguagens que fazem parte do cotidiano dos alunos e das
escolas, portanto o professor precisa utilizá-las para se aproximarem das
gerações que hoje estão nos bancos das escolas.
Mas para inserir essas TICs no currículo escolar é preciso primeiramente
ter as tecnologias disponíveis. Quando isso não é possível não obtemos
resultados favoráveis. É preciso que essas ferramentas estejam na sala de aula,
à mão no momento da necessidade.
4- Vocês
dispõem de acesso a internet com facilidade e em que ambientes vocês costumam
acessar?
Para [A1] “ Sim. Eu acesso a internet aqui na
escola e em casa mesmo. Faço pesquisas, falo com amigos no MSN e Orkut”.
Para [A3] “Não. Somente uso internet às vezes
aqui na escola para fazer alguma pesquisa. Moro na zona rural e lá nós ainda
não temos internet’.
Para [A 2] “ Não. Acesso no Colégio quando vou fazer algum trabalho e
na Lan House ”.
Infelizmente
pleno século XXI várias pessoas ainda não tem facilidade em ter acesso à
internet, realidade esta presente nas falas dos alunos da escola Centro
Educacional Cecília Meireles e quando tem, fascinados pelo novo e curioso
acabam usando a mesma como diversão acessando jogos ou batendo papo.
É notória a preocupação do MEC em enviar para
as escolas computadores, entretanto as quantidades de máquinas não correspondem
à quantidade de alunos, não digo um computador por aluno, mas o suficiente para
que todos possam trabalhar em equipe com facilidade.
Enfim, os entrevistados afirmaram
que o uso das TICs na escola pode ser um caminho que facilita a aprendizagem,
porém é necessário quebrar velhos paradigmas para que as tecnologias possam
promover mudanças de atitudes e de metodologias de trabalho e para tanto é
imprescindível capacitação dos educadores e gestoras para o uso da mídia se
deem em conjunto com a comunidade escolar.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os
professores do Ensino Fundamental II que trabalham com a Língua Inglesa e
portuguesa, geografia e história da escola pesquisada precisam entender melhor como
trabalhar com as TICS na sala de aula, pois não nos cabe mais ser transmissores
do saber, porém precisamos ser mediadores das informações incentivando os
alunos a serem pesquisadores críticos, aguçando a sua curiosidade em relação à
nova aprendizagem tendo como parceiras as tecnologias.
Ficou
explícito que ainda permanece na prática pedagógica dos professores entrevistados
o tradicionalismo constituído em dar aula, transmitir informações e cumprir os
conteúdos curriculares. Entretanto é notório que esta prática já não atende às
necessidades da sociedade atual e eles sabem disso, entretanto falta formação
continuada sobre como utilizar as TICs no “chão” da sala de aula para que esse
velho paradigma seja modificado de forma criativa.
Os
educadores reclamaram da falta de ferramentas para poderem melhor trabalharem
com as tecnologias e por este motivo
fazem pouco uso das TICs, principalmente da internet.
Outro
fator marcou a minha pesquisa foi à impossibilidade de uso da internet pelos
alunos, pois alguns moram na zona rural e não consegue nem uma Lan House para
acessar e o uso da mesma pelos estudantes da sede visando o bate-papo e jogo.
Além disso, outro fator preocupante é a pesquisa feita pelos estudantes sem
análise onde o plágio acontece sem esclarecimento da sua conseqüências.
Enfim, para
motivar a mudança de atitude dos educadores e educandos em relação ao uso da
tecnologia é preciso inserir esta proposta no currículo e conscientizar os
professores, gestores e alunos que as TICs não devem ser utilizadas como um fim
em si mesmo, mas sim como uma ferramenta auxiliar no processo de ensino e
aprendizagem, despertando desta maneira algum tipo de interesse maior na
questão do conhecimento.
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visão de mundo, de sociedade e de ser humano. In: Manual do curso - escola de gestores
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ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Pedagogia de projetos e integração de
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ALMEIDA, Fernando J. Notas de aula da disciplina do curso de
pós-graduação em Educação:Currículo da PUC SP. São Paulo: 2003.
ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; MASETTO, Marcos Tarciso;
MORAN, José Manuel; VIEIRA, Alexandre Thomaz. Formação de gestores escolares para utilização de
tecnologias de informação e comunicação. Brasília: Secretaria
de Educação a Distância, 2002. pp. 63-71.
CASTELLS, Manuel. A
Sociedade em Rede. A ERA DA INFORMAÇAO: ECONOMIA, SOCIEDADE E
CUL V.1. São Paulo. Editora Paz e Terra. 2003.
DIZARD, W. P. (1998) A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação
/ Wilson Dizard Jr.; tradução [da 2ª ed.], Edmond Jorge;
revisão técnica, Tony Queiroga - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o
futuro do pensamento na era da informática. Tradução de: Carlos I. da Costa.
Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. p. 8
LEVY, Pierre. O
que é virtual?São Paulo: Editora 34, 2003.
MORAN, José Manuel. Gestão inovadora com tecnologias. In
ALONSO, Myrtes;
PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar .
Porto Alegre. Ed. Artmed.
PRATA, Carmem Lúcia. Gestão escolar e as tecnologias. In:
ALONSO, Myrtes; Freire, F.M.P e Prado, M.E.B.B. Projeto pedagógico: pano de
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SANTAELLA, L (1992). Cultura das mídias (2ª. Ed. 1996) SP:
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VALENTE, José Armando. Repensando as situações de
aprendizagem: o fazer e o compreender. Boletim
do Salto para o Futuro, série Tecnologia na Escola. Programa 4,
2002. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/tetxt4.htm.
Acesso em nov/2011.
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