segunda-feira, 7 de março de 2011

A televisão

A televisão já nasceu comercial. Inicialmente, as primeiras transmissões tratavam de vender aparelhos de TV. Depois, a publicidade de toda sorte de produtos tomou conta da programação que servia como pretexto para os próprios comerciais. Sempre foi a publicidade o sustentáculo da televisão comercial. Muito orientado ao consumo, o conteúdo da programação televisiva trata geralmente de veicular visão estereotipadas da realidade, numa linguagem acessível. Por isso concordo com o jornalista Marcelo Tas quando ele fala sobre o stress das crianças provocado pela carga de informação que recai sobre elas por causa da publicidade onde frisa compra isso faz isso vivendo assim num stress muito próprio dessa época.
Quem assiste televisão, dada à rapidez da troca das imagens, pouco percebe o trabalho de edição que há por trás da produção das mensagens veiculadas. Há, aqui, o processo de re-criação da realidade, segundo a lógica das respectivas interpretações. Entretanto, as imagens passam por fatos objetivos, aos quais não caberia contestar. A simulação, portanto, toma ares de verdade absolutas. Diante disso a preocupação da professora Letícia Teles é séria quando ela afirma que é imprescindível se avaliar todos os pontos de vista de um vídeo, e realmente ela está correta quando orienta sua filha a analisar os programas a partir de todos os pontos, porque sabemos que TV tem programas interessantes que amplia nossos conhecimentos, porém tem uma boa parte deseduca a quem assiste.
A TV é comumente identificada como reforçadora do status, que, por sua vez, veicula a ideologia da classe dominante. O receptor é considerado passivo, impotente diante da força desta imposição ideológica. A TV, vista como o próprio espaço da cultura de massa, obedece à racionalidade técnica. E essa cultura de massa não se liga a um único estrato da estrutura social. Ela é fruto da sociedade industrial. Impregnado-a como um todo. Há necessidade, portanto, de promover debates e reflexões sobre a importância dos meios de comunicação na vida do cidadão. Isto porque a televisão deve ser considerada como espaço democrático, a serviço de uma pauta cidadã.
Diante disso, podemos analisar a fala do jornalista Gabriel Priolli quando ele deixa explícito que a melhoria da TV passa pela discussão dos programas de auditório, dos excessos nas novelas, dos telejornais sensacionalistas e da formação cultural do povo brasileiro e ele completa dizendo os programas de TV precisam melhorar como um todo, mas não é fácil porque faz parte de uma cultura.
Por isso, devemos ter uma postura crítica diante dos conteúdos veiculados pela TV, porque é dever da nova escola ultrapassar o costume de utilizar a televisão como mera instrumentalidade, o que reduz as possibilidades de sua utilização como verdadeiro recurso didático-pedagógico. Para tanto, é preciso conhecer a televisão em seus próprios fundamentos. Tal mudança de paradigma, que deve transformar profundamente o sistema escolar e também a formação dos professores, precisa acompanharem-se da erradicação de um tipo particular de analfabetismo: o analfabetismo das imagens, que mantém o homem incapaz de ler, de interpretar e de pensar criticamente as imagens veiculadas nos meios de comunicação de massa. Também poderá garantir ao aluno o papel de sujeito do processo de ensino e aprendizagem, em cooperação com os demais, na construção do conhecimento.
                                                                                           Edney Souza de Oliveira

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