Características Gerais do Conto
O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que
determinadas narrativas de longa duração sejam também contos por suas
características estruturais, pode-se considerar que estes casos estão aí para
confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto. E por que curto,
conciso. Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas
que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura. Um conto
deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um
máximo de cinco a seis mil palavras.
Linhas Dramáticas
Enquanto que num romance podem haver várias linhas de desenvolvimento, como por
exemplo, estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no
caso do conto a trama é única. Não há a possibilidade da dispersão no
desenvolvimento da estória, dado as características de concisão do conto.
Tempo
O conto não tem muito espaço para idas e vindas no tempo. A utilização de
recursos como o flash-back é rara, permanecendo a narrativa quase sempre
em uma única linha de encaminhamento temporal.
Espaço
Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto!
– são restritos, podendo o autor os reduzir ao mínimo indispensável para
a sua contextualização espacial. Esta pode até ser, em alguns casos,
inexistente.
Final enigmático
Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até
mesmo sem um desenvolvimento flagrante. Seus contos são mais
contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes sem nexo aparente. O mais
comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e
fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a
inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria
sem solução. O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois
de prender o leitor através de toda a sua leitura, o escritor lhe fornece a
catarse – a risada, o susto, a surpresa.
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